Acontecer
A palavra de faxina, agora, é: acontecer, nos usos especiais
que lhe dá a lisbolábia:
- Querida! Fiz o possível por chegar cedo, mas encontrei o
Rezende e (que queres!) aconteceu-nos uma
cerveja...
- Há que tempos que não me acontece uma
lagosta!
- E se nos acontecesse um borracho?.
- Vamos acontecer, esta noite, ao Luís e à mulher?
- Meu caro, hoje não posso, mas prà semana aconteço
por aí.
- Que lhe aconteceu, coitada?
- Ora! Aconteceu-lhe aquela encomenda do Fernando...
Acontecendo (ou não) aos outros e os outros e as coisas a
ele, o lisboeta, à falta de maiores acontecimentos, alimenta com
acontecências a sua inveterada lisbolábia...
Excerto retirado do livro Já Cá
Não Está Quem Falou de Alexandre O'Neill, pág. 61
(Assírio & Alvim, Lisboa, 2008).